20 dezembro 2009



Entrevista a José da Costa Oliveira
(escritor)

Boa tarde! Somos duas alunas do 6º ano e gostaríamos de lhe fazer algumas perguntas.

1.
Quando e onde nasceu?

Em 25 de Julho de 1945, num pequeno lugar chamado Banido de Baixo, Freguesia de Refojos, concelho de Cabeceiras de Basto.

2. Como foi a sua infância?
Foi num tempo bastante difícil, mas, apesar de tudo, foi uma infância feliz. As crianças, naquele tempo, contentavam-se com muito pouco, sobretudo as de origem mais pobre. Os rapazes jogavam à bola, a maior parte das vezes com bolas feitas de trapos, e as raparigas jogavam à macaca e saltavam à corda. Quando frequentava a escola primária, a partir dos 7 anos de idade, já guardava o gado e cuidava dos irmãos mais novos.

3. Quando era da nossa idade, já gostava de escrever?
Sim, em boa verdade, aos 9, 10, 11 anos de idade já escrevia. Escrevia versos e bilhetinhos às colegas da escola. A maior parte das vezes, rasgava-os e deitava-os fora. Uma vez ou outra, fazia com que chegassem ao destino. Devo confessar que nem sempre as coisas corriam bem! …

4. Onde estudou? Que curso tirou?
Eu estudei na faculdade de economia da Universidade do Porto e foi nessa faculdade que concluí o curso de Economia. Devo acrescentar que fiz todo o percurso universitário estudando e trabalhando em simultâneo. A partir da 4ª classe da instrução primária nunca mais fui aluno a tempo inteiro; sempre estudei ao mesmo tempo que trabalhava. Ainda na faculdade de Economia da Universidade do Porto e quando já tinha 55 anos de idade, fiz uma pós-graduação (MBA) em finanças.

5. Quantos livros escreveu?
Tenho dois livros publicados: um livro de crónicas e um romance e tenho outros dois prontos a publicar, um segundo romance e um novo livro de contos.

6. Que livro gostou mais de escrever? Qual foi o livro que o marcou mais?
O livro que mais gostei de escrever e que me marcou mais foi o meu primeiro romance, “O Nariz do Mundo” .

7. O que é que o inspirou para escrever o romance?
Inspirei-me na minha própria vida e na vida de todas as pessoas que viveram no tempo e no espaço onde se desenrolaram as acções. O tempo foram as décadas de 40 a 60 do século XX e o espaço é todo o conjunto de aldeias, vilas e cidades do norte de Portugal. Ainda me inspirei numa viagem que fiz, atravessando o Oceano Atlântico até ao Brasil.

8. Pensa escrever mais algum livro?
Sim, penso. Penso mesmo escrever mais do que um.

9. Se escrevesse, que tema escolheria?
Para o próximo vou escolher uma história de amor, um amor difícil, complicado, mas, no fim, possível. Será a história de uma menina rica que se apaixona por um rapaz pobre, filho de um dos caseiros de seu pai. A menina rica é de um tempo em que as meninas não seguiam os estudos. O rapaz, filho de gente muito pobre, vai conseguir estudar e virá a formar-se em engenharia civil com elevada classificação. Acabarão por casar? Ainda não sei.

10. Quais os seus autores e livros favoritos?
Começo pelos que considero mais importantes, referindo a dupla autor/livro: Luís de Camões e “Os Lusíadas”. Sou daqueles que pensam que “Os Lusíadas” é a obra mais importante de toda a literatura portuguesa. Depois, Vítor Hugo e “Os Miseráveis” é uma das obras-primas de toda a literatura francesa. Tenho lido e gosto de ler Eça de Queirós, por exemplo “Os Maias”. Camilo Castelo Branco, “O Amor de Perdição”. Na actualidade, José Saramago e “O Memorial do Convento” e ainda Miguel de Sousa Tavares e “Equador”. São apenas alguns, para não tornar a resposta extensa de mais.

11. Gostava de nos contar alguma história relacionada com a sua escrita?
Sim, como já referi, comecei a escrever pequenas coisas, a partir do tempo em que andava na escola primária e tinha 9 ou 10 anos. Mas a sério e a publicar, foi em 1998, quando passei a enviar crónicas com regularidade para um jornal regional. Daí, surgiu o interesse e a possibilidade de publicar um livro de crónicas. A seguir saiu o primeiro romance, “O Nariz do Mundo”, e, agora, parece que o desafio tem aumentado, vou continuar a escrever.

12. Tem mais alguma mensagem que queira deixar aos nossos colegas?
Sim, deverão ter sempre bem presente a ideia de que um livro é um bom companheiro e um bom amigo, que nos ensina a conhecer outros povos, outras culturas, outras épocas. Lendo, nunca estamos sós, aprendemos a conhecermo-nos melhor, a nós próprios e a todos, bem como tudo o que nos rodeia. Não tenhamos dúvidas de que não deixará nunca de ser um excelente princípio, termos sempre um bom livro à cabeceira da nossa cama.

Entrevista da autoria da Ana Sofia e da Maria Inês e trabalho fotográfico do irmão da Ana Sofia

2 comentários:

  1. Anónimo24/12/09

    Eu não sou de cá nem conheço a Ines e a Sofia eu acho por os trabalho que tenho visto delas adoro quem me derá ser como elas

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  2. Anónimo8/1/10

    esta bom

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