26 novembro 2010

Nice music...

Para resolver os teus problemas:

HAKUNA MATATA!


O PARDALITO

Era uma vez uma fonte, à beira da estrada. Os pardais das árvores vizinhas tinham ali o seu ponto de encontro. Matavam a sede, tomavam banho, chilreavam uns com os outros.

De semana a semana, vinha um homem, sempre de automóvel, buscar água à fonte. Enchia uma quantidade de garrafões de plástico e, depois, abalava. Nessas alturas, a pardalada fugia para o poiso das árvores e ficava a observar.

- O que é que ele vai fazer com tanta água? - intrigava-se um pardalito novo.

- Deve ir regar as couves - sugeria um pardal.

- Para ele regar as couves é pouca - replicava uma velha pardoca, muito conhecedora da vida.

- Então é para ele beber - propunha outro pardal.

- Para ele beber é muita - replicava a velha pardoca.

- Para o que será? - perguntava o pardalito, sem que ninguém soubesse responder-lhe.

Decidiu investigar. Voou atrás do automóvel, mas como ainda tinha as asas com pouca força e a estrada era às curvas e contra-curvas, perdeu-lhe o rasto. E perdeu-se. Esvoaçou ao calhas, até descer sobre um telheiro, junto à estrada. No telheiro havia melões à venda e cebolas e batatas e garrafões de vinho. Alto lá! E também havia garrafões de água, tal e qual os que o homem do automóvel enchia, na fonte dos pardais. Se o pardal soubesse ler, leria no rótulo dos garrafões:

ÁGUA DA FONTE DA SAÚDE - Graças a ela, os novos crescem e os velhos não encolhem".

Aos saltinhos, diante dos garrafões, o pardalito admirava a fotografia do rótulo. Lá estava a fonte, centro da sua vida, e uns passarinhos a beber água no rebordo do tanque. Vendo bem, aquele mais pequeno, à direita, podia ser ele, o pardalito aventureiro. Muito orgulhoso da sua descoberta, o pardal voou muito alto, tão alto que, lá de cima, viu o telheiro dos garrafões, a estrada às curvas e a fonte da Saúde ou dos pardais, donde ele viera. Disparou em direcção ao ponto de partida e muito excitado piou para os companheiros:

- Já sei o segredo dos garrafões. O homem anda a vender o nosso retrato mais o retrato da nossa fonte.

- E a água para que serve? - perguntou um companheiro.

- Para segurar o nosso retrato - respondeu, prontamente, o pardalito.


António Torrado, História do Dia

25 novembro 2010


Lenda do Galo de Barcelos

Há muitos anos, um peregrino galego passou em Portugal, a caminho de Santiago de Compostela, para pagar uma promessa. Hospedou-se numa estalagem minhota. Como levava um grande farnel e fazia pouca despesa, o hospedeiro, que era muito ganancioso, entregou o honrado peregrino à polícia, acusando-o de roubo.
O pobre chefe de família, sem que ninguém o defendesse, pois era desconhecido naqueles sítios, foi condenado à morte por enforcamento.
Como última vontade, o galego pediu que o levassem até ao juiz que o tinha condenado. Quando o galego chegou a casa do juiz, ele estava com os seus amigos num grande banquete. Voltou a dizer-lhe que estava inocente e, uma vez mais, ninguém acreditou nele...
Então, no seu desespero, reparou num galo assado que estava numa travessa em cima da mesa, pronto a ser comido, e disse:
- É tão certo eu estar inocente como certo é esse galo cantar quando me enforcarem.
Todos se riram da afirmação do homem, mas resolveram não comer o galo.
Quando chegou a hora de o enforcarem, o galo assado levantou-se e cantou mesmo!
O juiz correu até ao sítio onde ele estava prestes a ser enforcado e mandou soltá-lo imediatamente.

Hoje, o galo de Barcelos, de barro colorido, é muito conhecido e lembrará para sempre esta lenda.
Para além da tradição também a perpetuá-la está a estátua de Nosso Senhor do Galo, dentro de um nicho que se encontra no cimo de uma linda colina, mesmo ao sair de Barcelinhos.

Quem planta no Outono leva um ano de abono.
Sê voluntário! Faz a diferença!

O Conselho da União Europeia proclamou 2011 Ano Europeu das Actividades de Voluntariado que promovam uma Cidadania Activa.
Tendo em conta o valor das actividades de voluntariado na promoção da democracia, da cidadania e da participação cívica, na mobilidade dos jovens e na coesão social e económica, o Ano Europeu visa:

a) criar um ambiente propício ao voluntariado na UE;
b) dar meios aos organizadores de actividades de voluntariado para melhorar a qualidade das mesmas;
c) reconhecer as actividades de voluntariado;
d) sensibilizar as pessoas para o valor e importância do voluntariado.

Os domínios onde o voluntariado é mais activo na UE são: diálogo intercultural e interreligioso,
integração de migrantes, cidadania activa, envelhecimento activo, oportunidade de novas aprendizagens, protecção ambiental, solidariedade, inclusão social, promoção dos direitos humanos e construção de uma identidade europeia.


Outras áreas de política social onde o voluntariado faz a diferença serão: ajuda humanitária, cultura, protecção do consumidor, educação e formação, emprego, igualdade de oportunidades.

Novembro



Pandora

Na mitologia grega, Pandora (do grego, Πανδώρα, "a que tudo dá", "a que possui tudo") foi a primeira mulher que existiu, criada por Hefesto (deus do fogo, dos metais e da metalurgia) e Atena (deusa da guerra, da civilização, da sabedoria, da arte, da justiça e da habilidade) auxiliados por todos os deuses e sob as ordens de Zeus.
Cada um deu-lhe uma qualidade. Recebeu de um a graça, de outro a beleza, de outros a persuasão, a inteligência, a paciência, a meiguice, a habilidade para a dança e os trabalhos manuais. Hermes, porém, pôs no seu coração a traição e a mentira.
Pandora foi enviada a Epimeteu, a quem Prometeu recomendara que não recebesse nenhum presente. Vendo-lhe a radiante beleza, Epimeteu esqueceu quanto lhe fora dito e tomou-a como esposa.

Ora, Epimeteu tinha em seu poder uma caixa que outrora lhe haviam dado os deuses, que continha todos os males. Avisou a mulher que não a abrisse. Pandora não resistiu à curiosidade. Abriu-a e os males escaparam. Por mais depressa que providenciasse fechá-la, somente conservou um único bem, a esperança. E dali em diante, foram os homens afligidos por todos os males.


24 novembro 2010


Thanksgiving Day

O Dia de Acção de Graças é um feriado celebrado nos Estados Unidos e no Canadá. É um dia de gratidão a Deus pelos bons acontecimentos ocorridos durante o ano.

Os primeiros Dias de Acção de Graças na Nova Inglaterra eram festivais de gratidão a Deus, em agradecimento às boas colheitas anuais. Por esta razão, o Dia de Acção de Graças é festejado no Outono, após a colheita ter sido recolhida.

O Congresso americano instituiu que o Dia de Acção de Graças seria comemorado na quinta-feira da quarta semana de Novembro (amanhã) e que seria um feriado nacional.

O peru é considerado o principal prato do Dia de Acção de Graças. Neste dia, as pessoas utilizam o tempo livre para ficar com a família, fazendo grandes reuniões e jantares familiares.

23 novembro 2010

Enigma - Alfabeto curto

Numa turma só de rapazes portugueses, a professora disse aos alunos:

- Cada um de vós vai à caixa das letras e retira as correspondentes ao seu primeiro nome; mas só o pode fazer se as conseguir retirar todas.

O primeiro aluno chamava-se Carlos e retirou as 6 letras.

Como se chamava o outro que conseguiu? A caixa das letras continha as 23 letras do alfabeto, uma de cada. Os alunos tinham todos nomes portugueses.
Enigma sobre Pontuação

Coloca um ponto e duas vírgulas para que a frase faça sentido:

Maria toma banho porque sua mãe disse ela dá-me a toalha.
O Dia Internacional da Saudação, celebrado no passado dia 21 de Novembro, tem como principal objectivo promover a paz no mundo através do cumprimento. Em cada país e em cada cultura, os cumprimentos variam. Ora lê:

- Beijinho de esquimó: Os habitantes dos países frios cumprimentam-se esfregando o nariz um no outro para que não tenham que tirar as mãos dos bolsos e tirar as luvas;

- Nos países islâmicos, a saudação é feita levando a mão ao coração, de seguida à testa e depois acima da cabeça. Acompanha-se este gesto dizendo «salaam aleikum», ao que o outro responde «aleikum salaam»;

- No mundo do ocidente, e na maior parte do mundo, os homens cumprimentam-se apertando as mãos. As mulheres e os casais trocam beijos entre si. O aperto de mão nasceu na Idade Média e tinha como finalidade, nos duelos, verificar se o adversário tinha alguma arma escondida na mão;

- Entre os árabes, o cumprimento entre dois homens amigos é trocar três beijos nas faces. As mulheres apenas se cumprimentam de forma verbal;

- Na Tailândia e na Índia, a saudação entre homens e mulheres é feita juntando as mãos ao nível do peito e, ao mesmo tempo, fazendo uma leve vénia;

- No Japão, Coreia e China as pessoas dobram-se para a frente. Quanto maior for o respeito, mais a pessoa se dobra;

- Os russos cumprimentam-se com três a quatro beijos na face; os homens fazem-no muito perto da boca e até mesmo na boca;

- Na Nova Zelândia, as pessoas encostam as testas e pressionam o nariz um no outro.

22 novembro 2010


Escrever à mão mantém o cérebro mais activo

Investigadores norte-americanos descobriram que escrever manualmente ajuda a decorar conceitos e a aprender com mais facilidade fórmulas e símbolos. Os médicos portugueses encontram muitas vantagens na dactilografia, mas continuam a defender o abandono do uso dos computadores.

Escrever à mão, seja cartas, relatórios ou mesmo trabalhos da escola, está cada vez mais em desuso. E nas salas de aulas os cadernos são cada vez mais substituídos pelos computadores. No entanto, um novo estudo indica que a escrita manual é fundamental para decorar conceitos, aprender uma língua ou manter o cérebro activo.

Graças a testes e imagens recolhidas através de ressonâncias magnéticas, investigadores concluíram que escrever à mão traz muitas vantagens, uma vez que são estimuladas e activadas mais conexões cerebrais, o que favorece a aprendizagem de fórmulas e também de símbolos.

É preciso desenvolver o processo da escrita à mão quando se é criança, porque ele favorece a elasticidade do cérebro, o que vai permitir desenvolver outras capacidades cognitivas como decorar ou exprimir pensamentos de forma mais clara. "A escrita à mão é uma habilidade que deriva da arte de traduzir ideias e palavras numa linguagem gráfica legível", define também o neuropsicólogo e presidente do Instituto da Inteligência, Nelson Lima.

Através da escrita manuscrita existe tendência para uma maior concentração e consequentemente facilidade de interiorização da informação. Inclusive para a realização dos testes, que são manuscritos.
A escrita à mão é geralmente mais lenta e exige uma maior concentração, o que permite uma mais demorada, ainda que curtíssima, elaboração mental para transformar ideias e palavras em linguagem escrita.


Embora haja vantagens da escrita manuscrita, o processamento de texto no computador também é importante. A escrita à mão é uma competência que se consegue graças à ligação do cérebro com a mão dominante e como consequência de um acto consciente e voluntário.

In Diário de Notícias (Texto adaptado)

19 novembro 2010


Quentes e boas!

Tal como a noz, avelã, amêndoa e amendoim, a castanha é um alimento tipicamente outonal. O que o torna diferente é, sem dúvida a sua composição nutricional.
O seu nome científico é Castanea Sativa. Embora a variedade mais consumida seja a variedade comum ou europeia, existem três outros tipos específicos de castanhas, nomeadamente, a castanha da China, a castanha japonesa e castanha americana.
As castanhas são um fruto particularmente rico em hidratos de carbono complexos. A quantidade de gordura que apresentam é muito semelhante à dos cereais, e consequentemente, muito inferior à dos restantes frutos gordos.
Para ser grande, sê inteiro

Para ser grande, sê inteiro:
Nada teu exagera ou exclui.
Sê todo em cada coisa.

Põe quanto és
No mínimo que fazes.
Assim, em cada lago,

A lua toda brilha,
Porque alta vive.

Ricardo Reis

RiHaNna





160ºAniversário de Robert Louis Stevenson
Kassandra

18 novembro 2010


21 de Novembro:

DIA MUNDIAL DA SAUDAÇÃO!

O Dia Mundial da Saudação é um dia nobre e de grande motivação. Foi celebrado pela primeira vez em 1973. Os antecedentes deste dia começaram em 1967, com a guerra dos «Seis Dias» (ocupação da Península do Sinai, da Faixa de Gaza e dos Montes Golan, por parte de Israel).

Foi justamente enquanto se travava esta guerra no Médio Oriente que dois professores norte-americanos, Brian McCormack e Michael McCormack, decidiram instituir o World Hello Day.

E a partir desse dia começou a celebrar-se o Dia da Saudação!

Por isso, não te esqueças:

neste dia (e em todos os outros dias) cumprimenta toda a gente que vires!!!

Cláudia

03 novembro 2010

A Biblioteca de Alexandria, o coração da humanidade

Durante sete séculos, entre os anos de 280 a.C. a 416, a biblioteca de Alexandria reuniu o maior acervo de cultura e ciência que existiu na antiguidade.

Para além de constituir um enorme depósito de rolos de papiro e de livros, tornou-se uma fonte de motivação para que os homens das ciências e das letras desbravassem o mundo do conhecimento e das emoções, deixando um notável legado para o desenvolvimento geral da humanidade.

Fascinada pela leitura, a jovem princesa Cleópatra visitava quase diariamente a grande biblioteca da cidade de Alexandria. Mesmo quando César ocupou a maior parte da cidade, no ano de 48 a.C., Cleópatra, sua amante e protegida, continuava na busca de novas histórias e narrativas.

O conquistador romano, também um homem de letras e um historiador, ficara impressionado com a desenvoltura cultural da jovem.

Ligada ao Museu, mandado construir pelo rei do Egito Ptolomeu I Sóter (o Salvador), a biblioteca tornara-se, até àquela época, o maior referencial científico e cultural do Mundo Antigo.


Eis a biblioteca de Alexandria na actualidade!


Os Faraós

Faraó era o título dado aos reis no Antigo Egipto.
O Faraó era um indivíduo com muito poder que governava de modo absoluto; tinha uma corte de criados e muitos escravos, que construíam monumentos em sua honra e faziam tudo o que ele quisesse e mandasse.
O Faraó era o chefe máximo e cabia-lhe definir todas as decisões políticas.
O estatuto de Faraó era hereditário e acreditava-se que possuía sangue divino; contudo, as mesmas famílias nunca se prolongavam muito, pois eram interrompidas por invasões e golpes de estado.
O Egipto tornou-se numa província de Roma em 30 a.C.; desde então, não houve mais Faraós.

Inês Cunha
Conservatório de Música do Porto

Mar, a última fronteira

Em muitos aspectos, o mar permanece um grande mistério, mas os oceanos podem guardar a resposta para muitos problemas da Humanidade, do combate a doenças como o cancro às necessidades energéticas do futuro.

Basta mergulharmos a algumas dezenas de metros de profundidade e o mundo muda. À medida que descemos, a luz desaparece e o ambiente torna-se cada vez mais inóspito. A pressão aumenta nos olhos, nos ouvidos, por todo o corpo e depressa compreendemos que somos extraterrestres em grande parte do nosso planeta.

O mar representa 90 por cento do volume disponível para a vida no planeta. E, contudo, muito do que se esconde nas profundezas dos oceanos é ainda desconhecido para o Homem. É Mare Incognitum, como lhe chamavam os romanos, reclamando o velho lema de Jacques Cousteau, o mais célebre dos oceanógrafos: "Il faut aller voir" ("É preciso ir ver").

Mas, afinal, o que se esconde lá no fundo? Que tipos de vida habitam os oceanos? Quantas espécies existem? E onde vivem? Estas eram perguntas que, há uma década, não tinham ainda respostas definitivas.

"Existem muitas zonas por explorar, que nunca foram estudadas nem observadas directamente. O mar é um mundo imenso, em certa medida um pouco invisível. Não podemos apontar-lhe um satélite e estudá-lo.

A maioria da vida nos mares é microbiana: os microrganismos representam cerca de 50 a 90 por cento da biomassa marinha, calculando-se que existam uns mil milhões de tipos de micróbios diferentes.

Um mundo de intraterrestres
"Os fundos marinhos constituem, sem dúvida, a última fronteira terrestre", considera Fernando Barriga, director do Museu Nacional de História Natural. Este verdadeiro submundo habitado por "intraterrestres" é, na opinião de Barriga, a "mais promissora linha de investigação no domínio da geobiologia". O seu conhecimento tem não só revolucionado a forma de pensar e entender como funciona a Terra, como poderá ter um impacto significativo em diversos domínios das nossas vidas."

A biosfera profunda é uma fonte de novas moléculas, com aplicações variadas, da cosmética aos fármacos. Alguns organismos que habitam nas fontes hidrotermais submarinas e nas raízes profundas desses sistemas vivem sem problemas, rodeados de tóxicos como o arsénio e o mercúrio. Quando compreendermos como o fazem, poderemos criar tratamentos preventivos e/ou curativos para combater esses tóxicos.

A próxima droga contra o cancro, por exemplo, poderá vir do fundo do mar. Os compostos naturais são há muito uma grande fonte de inspiração para as farmacêuticas, mas a maioria das moléculas marinhas estão ainda por explorar, devido aos obstáculos que o processo enfrenta: os investigadores têm que retirar amostras do fundo do mar e analisá-las depois em laboratório.

Mas essa realidade está a mudar graças ao recurso à robótica. No Centro de Análises Químicas da Universidade da Califórnia em Santa Cruz, criado em 2007, milhares de compostos são retirados diariamente do fundo do mar e conduzidos por um tubo até robots, que depois os analisam. O trabalho permitiu já identificar dois novos compostos: um que mata os parasitas que causam a doença do sono e outro que destrói células do cancro da mama.

O fundo do mar guarda um tesouro incalculável
O fundo do mar pode guardar também a resposta às necessidades energéticas do futuro. A centenas de metros de profundidade, nos abismos dos oceanos, há um tesouro energético de valor incalculável, que muitos cientistas acreditam ser a última grande reserva energética do mundo: os hidratos de metano, estruturas cristalinas sólidas formadas por água e moléculas de gás, semelhantes ao gelo.

Trata-se de um recurso abundante, distribuído pelos cinco continentes, que, no seu conjunto, se estima conter pelo menos o dobro da energia de todos os outros combustíveis fósseis do planeta.

Impulso tecnológico
Os novos conhecimentos sobre os oceanos só têm sido possíveis graças aos avanços da tecnologia. Em grande medida, o fundo do mar é mais hostil que o espaço. A pressão é tão violenta que um simples jacto de água poderia cortar um corpo em dois. Para mergulhar a profundidades extremas é, por isso, preciso um submersível, um aparelho capaz de ir onde nem os submarinos convencionais conseguem. Há apenas seis no mundo aptos para descer abaixo dos 4000 metros.

O homem poderá nunca caminhar no fundo do mar como Neil Armstrong caminhou na superfície da Lua, mas há ainda muito oceano para conquistar. No mar salgado esconde-se a última fronteira da Terra. "Il faut aller voir", já nos lembrava Costeau. É preciso ir ver e descobrir.

Texto publicado na Revista Única do Expresso de 23 de Outubro de 2010

01 novembro 2010

Tristão e Isolda




Tristão e Isolda é uma lenda medieval de origem céltica, que constitui uma das mais belas histórias de amor alguma vez concebidas. As primeiras versões escritas datam do século X.
Conta-se que Tristão ficou órfão, despojado injustamente da sua herança por vassalos de seu pai. Foi recolhido pelo tio, o rei Marco, da Cornualha, que o ajudou a tornar-se num cavaleiro da Távola Redonda. Tristão venceu uma batalha contra o gigante Morolt, mas ficou gravemente ferido. Os seus ferimentos só poderiam ser curados pela magia da Rainha da Irlanda, grande inimiga do seu tio. Antes de se dirigir ao castelo da Rainha, Tristão disfarçou-se de músico, tomou o nome de Tãotris e tornou-se professor de música da princesa Isolda, a Loura. Tristão, já curado, matou um cruel dragão, em Weisefort, na Irlanda, e voltou para o castelo de seu tio Marco, a quem descreveu a beleza de Isolda com a qual o jovem tinha ficado impressionado.
O rei Marco ficou contente com as palavras do sobrinho, que o inspiraram a encontrar uma solução para acabar com a velha inimizade entre os dois reinos. Mandou, então, um emissário ao reino da Irlanda para que pedisse, para si, a mão de Isolda. A Rainha da Irlanda concordou com o casamento e organizou um banquete. Para que nascesse uma paixão forte e duradoura entre Marco e Isolda, a Rainha mandou fabricar uma poção mágica do amor para lhes servir.
Durante o banquete, por descuido, os copos que tinham a poção mágica foram trocados e servidos a Tristão e Isolda, que se apaixonaram imediatamente. No entanto, a cerimónia do casamento entre Marco e Isolda prosseguiu. Tristão e Isolda, vivendo uma grande paixão, decidiram encontrar-se às escondidas.
Um dia, foram surpreendidos pelo rei Marco, que, magoado com a traição, os expulsou do castelo. Os enamorados vaguearam durante muito tempo, sem qualquer ajuda, até que chegaram a um ponto de grande pobreza e debilidade física. Compadecido, Marco recolheu Isolda no castelo e enviou Tristão para bem longe, em França, onde este chegou a casar-se com uma outra jovem, filha do Duque da Bretanha, também chamada Isolda. A jovem, que era conhecida como Isolda, a das Mãos Brancas, nunca conseguiu ver retribuído o amor que sentia por Tristão, que continuava fiel ao seu primeiro amor.

Passado algum tempo, Tristão ficou ferido noutra batalha e pediu à sua amada Isolda, a Loura, que tinha herdado os dotes mágicos de cura da Rainha da Irlanda, que viesse socorrê-lo. Combinaram então que, se o navio, que tinha enviado com o emissário, voltasse com velas brancas, a resposta de Isolda, a Loura, seria afirmativa; mas, se as velas fossem negras, ela não poderia vir.
Isolda, a das Mãos Brancas, com ciúmes, resolveu vingar-se da indiferença do marido, dizendo-lhe que o navio tinha chegado com as velas negras porque Isolda tinha falecido durante a viagem. Tristão não suportou a perda de Isolda e morreu de desgosto. Quando Isolda, a Loura , encontrou Tristão sem vida, sentiu uma grande dor e morreu também de desgosto, abraçada ao corpo de Tristão. Foram enterrados lado a lado.

Diz a lenda que das sepulturas nasceram duas árvores, que cresceram entrelaçadas, para que nunca fossem separadas.

João de Deus disse:
Quem teve a grande desgraça de não aprender a ler
sabe só o que se passa no lugar onde estiver!