06 julho 2010


Qual é o sabor da lua?

Há já muito tempo que os animais
queriam descobrir o sabor da lua.
Seria doce ou salgada?

Todos queriam provar um bocadinho.
À noite, olhavam o céu, ansiosos.

Esforçavam-se por apanhá-la,
esticando o pescoço, as pernas e os braços.

Porém, os seus esforços eram em vão,
e nem o animal mais alto
conseguia alcançar a lua.

Certo dia, a tartaruga
decidiu subir à montanha mais alta
para poder tocar na lua.

Lá no cume, a lua estaria bem mais próxima.
Mas a tartaruga não conseguiu tocar-lhe.

Então, decidiu chamar o elefante:
— Se te puseres em cima das minhas costas,
talvez alcancemos a lua.

A lua pensou que se tratava de um jogo
e, à medida que o elefante se aproximava,
ela afastava-se um pouco.
Como o elefante não conseguiu tocar na lua,
chamou a girafa:
— Se subires para as minhas costas,
acabaremos por alcançar a lua.

Todavia, ao ver a girafa, a lua afastou-se um pouco mais.
A girafa bem esticou o pescoço,
mas não lhe serviu de nada.

Então, chamou a zebra:
— Se te puseres em cima das minhas costas,
talvez cheguemos mais perto da lua.

A lua começava a divertir-se com aquele jogo,
e afastou-se um pouco mais.

A zebra esforçou-se muito, muito,
mas também não conseguiu tocar na lua.

E chamou o leão:
— Se subires para as minhas costas,
talvez a alcancemos.

Logo que a lua viu o leão,
subiu ainda mais no céu.

Como não conseguiu tocar na lua,
o leão chamou o burro:
— Vais ver que conseguimos,
se subires para as minhas costas.

Ao ver o burro,
a lua afastou-se de novo.

Só faltava um bocadinho de nada para tocar na lua,
mas esta afastava-se cada vez mais.

O burro chamou o macaco.
— Anda, sobe para as minhas costas,
que é desta que conseguimos!

A lua recuou quando viu o macaco.
O macaco já conseguia cheirar a lua,
mas não conseguia tocar-lhe.

O macaco chamou o rato:
— Trepa para as minhas costas
para tocarmos na lua.
Quando a lua viu o rato, pensou:
— Decerto que um animal tão pequeno
não conseguirá agarrar-me.

Como já começava a aborrecer-se daquele jogo,
deixou-se ficar onde estava.

Então, o rato subiu para as costas
da tartaruga,
do elefante,
da girafa,
da zebra,
do leão,
do burro,
do macaco,
e…
…de uma dentada só,
arrancou um pedacito de lua.

Saboreou-o, satisfeito,
e deu um bocadinho
ao macaco,
ao burro,
ao leão,
à zebra,
à girafa,
ao elefante e
à tartaruga.

E a lua teve, para cada um,
o sabor daquilo que mais gostavam.

Naquela noite, os animais dormiram todos muito juntos.

O peixe, que tinha assistido a tudo
e que não percebera nada, disse:

— Ora esta! Tanto trabalho para alcançar
essa lua que está no céu!
Será que não conseguem ver que aqui, na água,
há uma bem mais próxima?

Michael Grejniec, ¿A qué sabe la luna?

Enviado pela Ana Sofia

5 comentários:

  1. A história está engraçada. A união faz a força em todas as situações...

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  2. Jonas6/7/10

    Para mim, a lua sabe a mar, a sal, a férias, a alegria!

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  3. Susy6/7/10

    A lua sabe a mel e amoras!

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  4. Maria João6/7/10

    Alguém me pode dizer a que sabe a lua?

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  5. Ana Sofia8/7/10

    Eu acho que, no espaço, a lua não tem sabor como a água, pois a Lua é tão pura como a água. Porém, no caso do peixe, acho que a lua saberia apenas a mar!
    A Lua é rara, sem dúvida, e devemos dar valor a este ser pelas belas noites de luar que nos oferece! Eu adoro a lua! A Lua faz-me lembrar a alegria no meio de uma imensa tristeza!
    Viajando na minha imaginação eu imagino uma rato e a lua sabe-me a queijo; imagino um elefante e a lua sabe a amendoim; imagino um macaco e a lua sabe a banana; imagino a tartaruga e a lua sabe a vegetais; imagino a girafa e a lua sabe a folhas fresquinhas... imagino o Homem e a Lua sabe a felicidade!!

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