Homens das cavernas cuidavam dos mais fracos
Estudo de um fóssil com 500 mil anos, pertencente a um homem de uma espécie anterior aos neandertal, permite a cientistas da Universidade de Madrid considerar que os primeiros homens europeus já cuidavam dos mais velhos e doentes.
Paleontólogos espanhóis descobriram provas que os levam a acreditar que os primeiros europeus eram pessoas que tratavam dos seus membros mais débeis, os idosos e doentes.
A análise dos ossos fossilizados de um homem pré-histórico está na base desta conclusão. O indivíduo, apesar de sofrer de graves lesões na bacia e na coluna vertebral, que lhe curvavam o corpo e impediam de caminhar sem a ajuda de um apoio, era tratado como membro do grupo. O fóssil foi descoberto em 1994 e pode ser visto no Museu da Evolução Humana, em Burgos, Espanha.
"Este homem era muito provavelmente incapaz de caçar. A sua sobrevivência durante um período considerável de tempo com esses impedimentos permite-nos colocar a hipótese de que o grupo nómada a que pertencia cuidava dos seus idosos".
Pela análise dos ossos, os cientistas acreditam que o homem morreu com mais de 45 anos, uma idade que, na época, era já avançada. Os ossos fossilizados foram encontrados no Norte de Espanha, numa gruta em Atapuerca. Trata-se de um local onde existem vários vestígios de civilizações pré-históricas.
"Ao invés de ser um fardo, ele pode ter tido conhecimentos valiosos que partilhou com os outros membros do grupo que o ajudaram a sobreviver, fornecendo-nos evidências de um grupo altamente socializado com laços de solidariedade", afirmou Alejandro Bonmatí.
In Jornal de Notícias de hoje
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