Lenda dos Tripeiros
No ano de 1415, faziam nas margens do Douro as naus e os barcos que haveriam de levar os portugueses, nesse ano, à conquista de Ceuta e, mais tarde, à aventura dos Descobrimentos. A razão desta tentativa era secreta e nos estaleiros os boatos eram muitos e variados: uns diziam que as embarcações eram destinadas a transportar a Infanta D. Helena a Inglaterra, onde se casaria; outros diziam que era para levar El-Rei D. João I a Jerusalém para visitar o Santo Sepulcro. Mas havia ainda quem afirmasse a pés juntos que a armada se destinava a conduzir os Infantes D. Pedro e D. Henrique a uma cidade chamada Nápoles para ali se casarem…
Foi então que o Infante D. Henrique apareceu inesperadamente no Porto para ver o andamento dos trabalhos e, embora satisfeito com o esforço gasto, achou que se poderia fazer ainda mais. E o Infante segredou ao mestre Vaz, o fiel encarregado da construção, as verdadeiras e secretas razões que estavam na sua origem: a conquista de Ceuta.
Pediu ao mestre e aos seus homens mais empenho e sacrifícios, ao que mestre Vaz lhe assegurou que fariam para o infante o mesmo que tinham feito cerca de trinta anos atrás, aquando da guerra com Castela: dariam toda a carne da cidade e comeriam apenas as tripas.
Comovido, o infante D. Henrique disse-lhe então que esse mesmo nome, “tripeiros”, era uma verdadeira honra para o povo do Porto.
A História de Portugal registou mais este sacrifício especial dos heróicos “tripeiros”, que contribuiu para que a grande frota do Infante D. Henrique, com sete galés e vinte naus, partisse a caminho da conquista de Ceuta.
Ana Filipa e Rui Pedro
20 maio 2010
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Não conhecia esta lenda mas é muito gira!
ResponderEliminarGostei muito de ler esta lenda porque não conhecia a origem desta alcunha dos Portuenses.
ResponderEliminarFiquei muito satisfeita ao saber que os Portuenses tinham sido especialmente reconhecidos pelo infante D.Henrique na Época dos Descobrimentos!
Também não conhecia a lenda!
ResponderEliminarJá viram como os portuenses fazem sacrifícios?
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