Escrever à mão mantém o cérebro mais activo
Investigadores norte-americanos descobriram que escrever manualmente ajuda a decorar conceitos e a aprender com mais facilidade fórmulas e símbolos. Os médicos portugueses encontram muitas vantagens na dactilografia, mas continuam a defender o abandono do uso dos computadores.
Escrever à mão, seja cartas, relatórios ou mesmo trabalhos da escola, está cada vez mais em desuso. E nas salas de aulas os cadernos são cada vez mais substituídos pelos computadores. No entanto, um novo estudo indica que a escrita manual é fundamental para decorar conceitos, aprender uma língua ou manter o cérebro activo.
Graças a testes e imagens recolhidas através de ressonâncias magnéticas, investigadores concluíram que escrever à mão traz muitas vantagens, uma vez que são estimuladas e activadas mais conexões cerebrais, o que favorece a aprendizagem de fórmulas e também de símbolos.
É preciso desenvolver o processo da escrita à mão quando se é criança, porque ele favorece a elasticidade do cérebro, o que vai permitir desenvolver outras capacidades cognitivas como decorar ou exprimir pensamentos de forma mais clara. "A escrita à mão é uma habilidade que deriva da arte de traduzir ideias e palavras numa linguagem gráfica legível", define também o neuropsicólogo e presidente do Instituto da Inteligência, Nelson Lima.
Através da escrita manuscrita existe tendência para uma maior concentração e consequentemente facilidade de interiorização da informação. Inclusive para a realização dos testes, que são manuscritos.
A escrita à mão é geralmente mais lenta e exige uma maior concentração, o que permite uma mais demorada, ainda que curtíssima, elaboração mental para transformar ideias e palavras em linguagem escrita.
Embora haja vantagens da escrita manuscrita, o processamento de texto no computador também é importante. A escrita à mão é uma competência que se consegue graças à ligação do cérebro com a mão dominante e como consequência de um acto consciente e voluntário.
In Diário de Notícias (Texto adaptado)
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