O nome da Europa, uma lenda grega
Toda a gente sabe que o continente onde vivemos se chama Europa. Mas poucos conhecem a lenda grega que deu origem ao nome. Lenda bem bonita!
Na Grécia Antiga os nomes dos rios, das montanhas, das ilhas ou das cidades estavam sempre ligados a uma história que geralmente envolvia deuses, semideuses e heróis. E havia imensos: Apolo, deus da beleza, Afrodite, deusa do amor, Posídon, deus do mar, Atena, deusa da paz, etc. Habitavam o monte Olimpo, alimentavam-se de ambrosia e obedeciam a Zeus, o deus supremo. Apesar de se ter casado com Hera, Zeus apaixonava-se com frequência por outras deusas, semi-deusas ou até simples mortais. Hera ficava cheia de ciúmes, perseguia-o e, quando descobria a rival, vingava-se.
Tudo isto mostra que, afinal, não havia diferenças profundas entre o Olimpo e a Terra. Os deuses tinham os defeitos e as qualidades dos homens e comportavam-se da mesma maneira, com vantagens consideráveis: imortalidade e poderes sobrenaturais.
O Rapto da Princesa Europa
Europa era uma linda princesa fenícia. Como ainda não chegara à idade de casar, vivia com os pais num magnífico palácio e tinha por hábito dar longos passeios com as amigas nos prados e nos bosques.
Certo dia, quando apanhava flores junto da foz de um rio, foi avistada por Zeus (o deus supremo), que se debruçava lá do Olimpo, observando os mortais. Fascinado com tanta formosura, decidiu raptá-la. Para evitar a fúria da sua ciumentíssima mulher, quis disfarçar-se. Nada mais fácil para quem tem poderes sobrenaturais! Tomou a forma de um touro. Um belo touro castanho com um círculo prateado a enfeitar a testa.
Desceu então ao prado e deitou-se aos pés da Europa. Ela ficou encantada por ver ali um animal tão manso, de pêlo sedoso e olhar meigo. Primeiro afagou-o, depois sentou-se-lhe no dorso e... o touro disparou de imediato a voar por cima do oceano. A pobre princesa ficou assustadíssima. Mas não tardou a perceber que o raptor só podia ser um deus disfarçado, pois entre as ondas emergiam peixes, tritões e sereias a acenar-lhes. Até Posídon apareceu, agitando o seu tridente.
Muito chorosa, Europa implorou que não a abandonasse num lugar ermo. Zeus consolou-a, mostrou-se carinhoso e prometeu levá-la para um sítio lindo que ele conhecia fora da Ásia.
Prometeu e cumpriu. Instalaram-se na ilha de Creta e tiveram três filhos, que vieram a ser famosos.
Agora o nome da princesa é que ficou famosíssimo! Agradou a poetas da Grécia Antiga, que passaram a chamar Europa aos territórios para lá da Grécia. E agradou ao historiador Hérodoto, que no séc. V a.C. foi o primeiro a chamar Europa a todo o continente.
“A Europa dá as Mãos”
Ana Maria Magalhães e Isabel Alçada